Professora baleada por aluno não sabe que ele se matou, diz namorado

A professora de português da 4ª série do ensino fundamental Rosileide Queiros de Oliveira, de 38 anos, vítima do aluno Davi Mota Nogueira, de 10 anos, na quinta-feira (22), dentro de uma escola em São Caetano do Sul, no ABC, ainda não sabe que o estudante que a baleou se matou em seguida com um tiro na cabeça. A informação foi divulgada na manhã deste sábado (24) pelo namorado da educadora, o funcionário público Luiz Eduardo Hayakawa.




“Tanto eu quanto a família ainda não contamos a ela [Rosileide] que seu aluno se suicidou. Ela soube por nós que foi ele quem atirou nela, o que a deixou surpresa porque os dois nunca tiveram problemas. Não sabemos por que o garoto fez isso. Rosileide nem sabia até então quem havia atirado nela. O menino era quieto e nunca apresentou mau comportamento”, disse Luiz Hayakawa.



A professora está internada em observação num quarto do Hospital das Clínicas de São Paulo e deverá voltar para a casa na próxima semana. Antes disso, deverá ser ouvida pela Polícia Civil na segunda-feira (26) ainda na unidade médica. “Uma hora ou outra vamos ter de falar da morte do Davi para ela [Rosileide]. Até porque policiais querem pegar o depoimento dela ainda no hospital. Ela deverá sair do quarto entre terça [27] ou quarta-feira [28] quando poderá voltar para casa, pelo que me disseram os médicos”, disse Hayakawa. Sua namorada havia passado por cirurgia que retirou a bala que a feriu da região abdominal.

Crime premeditado




O motivo do crime ainda é investigado pela Polícia Civil. O menino pediu a professora para ir ao banheiro, foi autorizado, e quando voltou atirou nela dentro da sala onde estavam 23 crianças. Em seguida, seguiu para uma escada, onde disparou contra sua cabeça e morreu. A escola tem 16 câmeras de segurança, que registraram a passagem do aluno, mas não os disparos.



Não está descartada a possibilidade de o estudante ter sido vítima de bulluying. Também será apurado se a educadora recebeu alguma ameaça do garoto. A investigação quer ouvir dois amigos de Davi, um menino e uma menina já identificados, que teriam ouvido o atirador dizer que mataria a professora e se suicidaria em seguida. O comentário teria sido escutado pelos colegas um dia antes da tragédia. Se isso for confirmado, a polícia terá a certeza de que o crime foi premeditado.



A polícia obteve a informação sobre a suposta premeditação do crime após ouvir duas professoras da escola Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, na sexta-feira (23). Em depoimento no 3º Distrito Policial de São Caetano, elas relataram que após os tiros, alunos falavam que Davi havia prometido cometer o crime e que se mataria depois.



“As professoras confirmaram que após os tiros ouviram crianças falar que Davi tinha comentado um dia antes que mataria a professora e que se mataria”, disse a delegada titular do 3º DP, Lucy Fernandes, neste sábado (24). “Quem ouviu isso do aluno teriam sido dois colegas mais próximos dele que já sabemos quem são. Aparentemente, ainda não sabemos porque o menino atirou na professora, talvez ele não gostasse dela ou foi pressionado a fazer isso para provar algo a alguém. Tudo isso está sendo apurado”.

Foto: Juliana Cardilli /G1

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