Jovem que denunciou pai por abuso diz à polícia que mãe tentou agredi-la

A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (29) que pedirá a prisão preventiva dos pais da estudante de direito de 18 anos que denunciou o próprio pai por abuso sexual em Bauru, no interior de São Paulo. Na quarta-feira (28), o irmão da estudante de 9 anos prestou depoimento, por mais de duas horas, e declarou ter sido vítima de violência. O suspeito é o advogado e já fez parte da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).



A estudante e o irmão estiveram na delegacia de Defesa da Mulher, na manhã desta quinta, para registrar queixa contra a mãe, que teria brigado com eles por terem procurado a polícia. Segundo eles, ao voltar de uma viagem ao exterior, a mãe teria ido até a casa da tia, onde os dois se encontravam, e tentado agredi-los.



Abusos

A jovem, que é a filha mais velha de uma família de classe média alta da cidade, contou que foi abusada pelo pai dos 8 aos 16 anos. “Com 18 anos eu sei muito bem dos meus direitos. Eu sei que o que ele fez é errado. Eu não quero ser igual à minha mãe e fingir que nada aconteceu. Eu quero tomar uma atitude, ser honesta comigo mesma, mostrar para todos quem ele é. Ele não é perfeito, é um monstro, pedófilo. Quem faz esse tipo de coisa não é pai, é um monstro. Eu tenho nojo dele”, relatou a jovem.



Ela disse que pediu ajuda para a mãe, mas não foi atendida. “Com uns 11 anos eu contei para minha mãe, contei tudo o que acontecia, ela simplesmente falou que ia conversar com ele para dar uma chance”, afirmou.



O advogado Sandro Luiz Fernandes, de 45 anos, atualmente responde pelo departamento jurídico do Sindicato dos Bancários e dos Servidores Públicos Municipais na região de Bauru.O abuso contra a filha não é o único caso na família de Fernandes. Uma sobrinha, atualmente com 13 anos, e uma cunhada, de 18 anos, também o acusam de abusos durante a infância.



Os casos vieram à tona depois que as três vítimas ficaram sabendo que tinham sofrido os mesmos abusos. Com base nos depoimentos das vítimas foi pedida a prisão temporária do advogado. A delegada responsável também solicitou uma medida protetiva para afastar o suspeito da filha. O pedido de prisão foi negado pela Justiça, mas o juiz determinou que o advogado fique no mínimo a 100 metros de distância da filha de 18 anos. Também foi determinada a busca e apreensão de computadores e outros objetos na casa dele.



O defensor de Fernandes disse que o cliente tomou conhecimento das acusações durante uma viagem ao exterior e que vai se apresentar e prestar todos os esclarecimentos. “Ele está à disposição da Justiça para esclarecer esse infeliz ocorrido”, afirmou o advogado Hélio Marcos Pereira Júnior.



G1

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