11 partidos correm contra o tempo para não perder filiados

 Por Ary Ramalho

Desentendimentos, insatisfações, problemas, crise. Esse é retrato fiel de grande parte dos partidos na Paraíba atualmente. Das 27 legendas registradas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 11 (40,7%) enfrentam dificuldades internas e correm o risco de perder definitivamente seus integrantes mais fortes, sendo que algumas dessas siglas já estão vendo essa ameaça se concretizar.

Os problemas são das mais diversas ordens e vão desde a discordância a respeito de apoio ao governo até a briga pelo cargo de presidente do partido. Há também as insatisfações quanto a falta de diálogo e com relação ao pouco espaço que os dirigentes tem dispensado para seus filiados detentores de mandatos nas Casas Legislativas.
PMDB- Entre os partidos com problemas, o que está mais desalinhado é sem dúvida o PMDB que perdeu o apoio de integrantes importantes durante as eleições 2010 e viu um partido de base socialista tomar o poder das mãos do então governador do estado.
Sem sentar à mesa para uma conversa séria e, portanto, sem conseguir se entender, as perdas continuaram ocorrendo após o pleito. Já depois de eleitos deputados que antes eram da base oposicionista resolveram mudar de lado e aderiram ao governo com o pretexto de que assim seria mais fácil ter suas reivindicações atendidas.
As perdas estão fazendo com que a base de situação na Assembleia Legislativa da Paraíba consiga aprovar todas as mensagens do Poder Executivo, já que com o apoio de peemedebistas o governador Ricardo Coutinho (PSB) tem a maioria dos parlamentares a seu favor.
PSB – Embora conte com a maioria na Casa Epitácio Pessoa, o governador Ricardo Coutinho não consegue evitar que o seu partido, o PSB, também enfrente uma crise. Vários prefeitos integrantes da sigla optaram por votar contra o socialista durante as eleições passadas e ainda correm o risco de serem julgados pelo Conselho de Ética do partido.
Exemplo disso é o prefeito de Cajazeiras Léo Abreu. Mesmo sendo do PSB ele decidiu apoiar a candidatura do ex-governador José Maranhão (PMDB) e ir contra a sua legenda. Léo já foi convidado várias vezes a se retirar do partido, porém permanece no mesmo lugar e a decisão de expulsá-lo ficou para o presidente Edvaldo Rosas.
PSDB – Quem não conseguiu estancar a crise iniciada nas eleições e já começou a perder seus integrantes foi o PSDB. Depois de eleger o vice-governador da Paraíba o ninho tucano perdeu o cargo para o recém criado PSD e corre o sério risco de ver acontecer uma debandada de seus principais integrantes que já defendem uma substituição no diretório estadual com o senador eleito Cássio Cunha Lima tomando a presidência da sigla.
Com a saída de Rômulo Gouveia do partido, deputados e outros filiados exigem que o presidente estadual Cícero Lucena reúna-se com todos para discutir a problemática antes que a revoada ocorra. No entanto, até o momento o senador não respondeu ao apelo dos tucanos e continua sem chamar o feito a ordem.
PT e PTB – No PT e no PTB a crise também foi iniciada no pleito passado e foi provocada pela dissidência de integrantes que optaram por não seguir a legenda e apoiar uma candidatura adversária. No PTB os problemas parecem já está sendo, aos poucos, solucionados. Mas, no PT o racha ainda perdura e promete se prolongar até 2012.
PDT e DEM – No PDT e no DEM as insatisfações começaram a aparecer com a criação do PSD que, na Paraíba, será estruturado pelo vice-governador
Rômulo Gouveia. Unidos durante as eleições 2010, somente agora alguns dos membros da legenda expuseram seus descontentamentos e já preparam suas malas para migrarem para a nova legenda.
Exemplo disso é o secretário de Estado da Articulação Política, José Lacerda e sua filha, a vereadora Raíssa Lacerda, ambos do DEM, e o secretário de Estado de Desenvolvimento e Articulação Municipal, Manoel Ludgério, do PDT.
PSL – No PSL o maior problema está nos dois únicos membros da sigla que conseguiram se eleger para o cargo de deputado estadual. Aníbal Marcolino e Tião Gomes não se entendem e a todo tempo trocam acusações e ameaças de expulsão.
PR – No PR a crise começou com o anúncio do vereador de João Pessoa, João dos Santos, que aderiu a base governista e passou a apoiar o prefeito Luciano Agra (PSB). Contudo, o presidente do diretório estadual, Wellington Roberto, afirmou que essa decisão só deve ser tomada após uma reunião partidária que ainda não ocorreu. Com isso, João dos Santos amenizou o discurso e agora afirma que ainda não tem posicionamento concreto.
PRP e PCdoB – No PRP e no PCdoB a crise já vem de longas datas. Da base do governo Luciano Agra (PSB), em João Pessoa, o PRP não conseguiu ainda convencer todos os vereadores pessoenses do partido a comporem a situação. Sérgio da Sac já aderiu, mas Felipe Leitão continua indeciso.
Já no PCdoB ocorre o contrário. Enquanto o partido é da base oposicionista o ex-vereador Watteau Rodrigues compõe a situação e até faz parte do governo Agra como coordenador do Procon Municipal.
Nice Almeida
PolíticaPB

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