Votação sobre redução da jornada de trabalho fica para 2010

BRASÍLIA (Reuters) - A proposta de emenda constitucional que diminui a jornada de trabalho para 40 horas semanais não será votada este ano por falta de espaço no calendário, afirmaram deputados nesta quinta-feira após reunião entre sindicalistas e empresários com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O encontro foi uma tentativa de negociar a votação do projeto que reduz a carga horária máxima semanal de trabalho das 44 horas atuais para 40 horas. Parlamentares ligados aos dois lados elogiaram o encontro, apesar de não terem avançado para um acordo concreto.
"O tamanho das divergências será resolvido durante a negociação. O mais importante é que a gente iniciou as negociações", afirmou a jornalistas o deputado e ex-sindicalista Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP).

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), se mostrou disposto a negociar uma saída para a votação do tema.

"Há uma distância muito grande até o entendimento, mas vamos continuar discutindo", disse o empresário.

A PEC das 40 horas semanais é uma das principais bandeiras das centrais sindicais, que alegam que sua aprovação irá resultar na maior eficiência dos trabalhadores e no aumento dos postos de trabalho.

Para empresários, a medida pode aumentar o custo da hora trabalhada, causar demissões e aumento de preços.

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, os sindicalistas vão aumentar a pressão e a partir janeiro prometem que irão fazer greves e manifestações no país até a votação do projeto.

"Vamos iniciar o ano com o pé no acelerador", comentou o deputado, que sustenta a necessidade de aproveitar o ano eleitoral para negociar com os políticos.

Esta foi a primeira reunião entre sindicalistas, empresários e deputados para discutir o assunto na Câmara. A próxima deve acontecer em 15 dias.

A PEC está pronta para entrar na pauta do plenário da Câmara. Para ser aprovada, precisa da aprovação em dois turnos e precisa do voto favorável de pelo menos 308 votos --três quintos dos deputados-- em cada uma das votações. Depois, segue para o Senado.

(Texto de Ana Paula Paiva)

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