Cruz Vermelha começa onda de demissões no Trauma

Dezenas de servidores do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena foram demitidos na manhã desta quinta-feira (21) pela Cruz Vermelha do Brasil, que desde o dia 8 de julho dirige o hospital. Em entrevista à Rádio Paraíba FM, uma das servidoras demitidas, que pediu para não ter seu nome revelado, afirmou que cerca de 50 demissões já foram efetivadas e que nenhuma justificativa foi apresentada pela administração do hospital.



Segundo a servidora, a secretária da coordenação do hospital, identificada pelo nome de Joyce, entrou em contato com os servidores, apenas informando que eles precisavam comparecer a uma reunião que seria realizada no auditório do hospital na manhã desta quinta. Na reunião, os prestadores de serviço foram informados, individualmente, sobre a demissão.


O Paraíba1 tentou checar as informações junto à assessoria de imprensa do hospital, mas foi informado de que não se pronunciaria e que seria distribuída uma nota sobre o assunto.
O anúncio da demissão teria sido feito por uma funcionária do Departamento Pessoal que explicou que o motivo das demissões era a necessidade de enxugar a folha de pagamento. Ainda segundo a servidora que falou com a reportagem da Rádio Paraíba FM, alguns dos servidores chegaram a passar mal nos corredores da unidade quando foram informados sobre a demissão.


Entre os demitidos, estariam servidores das áreas de Enfermagem, Nutrição e também da recepção do hospital, mas apenas aqueles que assumiram os cargos entre 2009 e 2010.
A Cruz Vermelha assumiu a direção do Hospital de Trauma de João Pessoa no início deste mês, segundo o Governo, com a intenção de melhorar o atendimento à população e reduzir os gastos. Na ocasião, os novos diretores da unidade hospitalar e o governador Ricardo Coutinho afirmaram que não haveria demissões e que os funcionários e os 13 diretores exonerados seriam contratados.


Segundo Ricardo Coutinho, os benefícios do Governo com o contrato de pactuação serão uma economia de 40%, diminuindo os gastos com o hospital de R$ 10,8 milhões mensais para R$ 6,8 milhões.


A ação do Governo gerou contestações de alguns órgãos de Saúde do Estado. O presidente do Sindicato dos Médicos (Simed) da Paraíba, Tarcísio Campos, afirmou que a categoria era contra a terceirização da administração do hospital e reclamou do fato de os órgãos de Saúde não terem sido informados previamente da substituição dos diretores do hospital.


Ricardo Coutinho negou, em seu programa semanal de rádio, que o contrato firmado entre o Estado e Cruz Vermelha fosse terceirização. Segundo o governador, o controle do Hospital de Trauma ainda seria do Governo. "O órgão é do Estado e o controle total ainda será do Estado. O Governo não está abrindo mão da unidade, nós queremos um outro olhar, não dava para continuar do jeito que estava", afirmou na ocasião.

Paraíba 1

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