Chacina do Rangel: pena somada chega a 236 anos

Chacina do Rangel: pena somada chega a 236 anos
Depois de 20 horas de julgamento, saiu a sentença do casal acusado de ter cometido a Chacina do Rangel, onde sete pessoas da mesma família foram mortos a golpes de facão. Carlos José pegou 116 anos de prisão enquanto que Edileuza dos Santos foi condenada a 120 anos.


A sentença só saiu no final da madrugada de hoje.

O réu Carlos José, acusado da Chacina do Rangel, disse em depoimento na tarde de ontem que era culpado apenas pelo assassinato de Moisés e que os demais, ou seja, Divanisa e as três crianças, haviam sido assassinados por Edileusa.

Ele ratificou a mudança do depoimento dado à época do crime em que teria dito que cometeu o crime sozinho, que amava a esposa Edileusa e que queria ela em liberdade para cuidar dos filhos do casal.

O réu diz agora que teria pensado em desistir do crime, mas ao invadir o quarto, Moisés teria acordado e os dois teriam travado luta corporal.

Ele disse que o tempo todo esteve pressionado pela esposa. A mudança de depoimento aconteceu em abril deste ano.

Durante depoimento, Carlos José disse que não é o monstro que todos pensam que ele é.

Depoimentos

O Sargento Trindade, primeira testemunha de defesa do reu Carlos José, disse em depoimento no início da tarde desta quinta-feira (16) durante julgamento dos acusados da Chacina do Rangel, que ouviu Divanise dizer antes de morrer que o reu tinha matado o marido dela e que a ré a tinha furado e matado os filhos dela. A vítima teria falado com o policial antes de ser levada para o Hospital de Trauma.

A testemunha disse ainda que quando Carlos José foi preso não apresentava vestígios de sangue.

A agente de saúde da comunidade onde aconteceu a chacina, Alvanise Lopes, foi a segunda testemunha de defesa do casal. Ela disse que trabalha há dez anos no Bairro do Rangel e conhecia o casal acusado e a família vítima da chacina.

Alvanise disse em depoimento que Carlos José não era uma pessoa agressiva e que sempre tratou a mãe muito bem. Ele disse, ainda, que Carlos José costumava brincar com as crianças da comunidade e que não fumava nem usava drogas.

A agente de saúde disse também que soube por alto do crime e que Carlos José teria dado um cascudo em um dos filhos que foi morto.

O júri popular está composto por cinco homens e duas mulheres: Hélio de Albuquerque, Gabriela Moreira de Medeiros, Edvaldo da Silva Lima, Rafael Câmara Norah, Graça Gomes, Aciel Carneiro da Silva e Valmir Felipe da Silva.

A chacina

Carlos José e Edileuza dos Santos foram presos pela morte dos vizinhos Moisés Soares Filho, 33 anos; da esposa Divanise Lima dos Santos, 35 anos, que estava grávida de gêmeos.

A casa das vítimas foi invadida na madrugada de 9 de julho. Além dos adultos, foram mortos Raissa dos Santos Soares, dois anos; Rai dos Santos Soares, quatro anos; e Raquel dos Santos Soares, esquartejados.

A brutalidade do crime só poupou o filho mais velho do casal, um adolescente de 11 anos que se escondeu embaixo da cama e não foi visto por Carlos e Edileuza. Ele é a principal testemunha do caso.

Portal Correio

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