Mulher é agredida com socos e mordida em Cajazeiras. Vítima estava a serviço do governo do estado

Uma mulher identificada como Laurita Dias do Nascimento de 33 anos, moradora da cidade de João Pessoa, foi agredida com socos e mordida no centro da cidade de Cajazeiras na tarde deste sábado (30).

Segundo relatos a vítima estava na cidade a trabalho, quando por volta das 14:30 min deste sábado estava saindo de um restaurante que fica ao lado da Igreja de Nossa Senhora de Fátima no centro da cidade, quando três homens que estavam sentados olharam para a vítima, quando um dos indivíduos virou a cadeira em sua direção e soltou uma cantada.

Não gostando a vítima teria ido tomar satisfação com o acusado identificado como "Rodrigo monstro" onde passaram a discutir, sendo que o acusado em determinado momento jogou bebida na vítima e desferiu um soco na região labial continuando as agressões chegando ao ponto de mordê-la. Pessoas que presenciaram interviram nas agressões. Populares acionaram a polícia militar que esteve no local no intuito de prender o acusado, mas o mesmo teria fugido sem deixar pistas.

A nossa reportagem apurou a vítima é assessora do governo do estado e seria ligada a deputada Estela Bezerra, que também esteve na delegacia para saber informações do ocorrido. Foi mobilizado um verdadeiro aparato policial no intuito de prender o acusado mais até o presente momento sem sucesso.












Veja postagem da vítima:



Era pra ser só mais uma pilhéria ou piadinha machista que um homem diz quando uma mulher passa. Ela, mesmo se sentindo invadida ou intimidada, aprendeu a silenciar e apressar o passo, pra fugir da mira e das palavras que a agridem. Ontem eu fui essa mulher. Muitas vezes fui essa mulher. Mas ontem não silenciei. Voltei e disse que aquilo era assédio e era agressivo. Que ofende e que ele nem ninguém tem o direito de fazer com qualquer pessoa. Ele tinha plena convicção que eu tinha que agradecer que ele estava me elogiando. Disse o tempo todo, aos gritos, que aquilo era um elogio, e que se eu não queria aceitar o elogio, ele também sabia dizer o contrário. E disse. E não. Eu não silenciei. Escrachei sim. Escrachei muito. Como vou escrachar cada vez que me sentir violentada e agredida por machismos. Muito nojo dessa escrotidão. Cuspe instintivo. Do assédio moral, me jogou alguma bebida que estava na mesa e depois agressão física. Depois de um soco na cara pouco lembro, ele veio pra cima e depois de um lapso de tempo fora do ar, vi pessoas juntando minhas coisas espalhadas no meio da rua. Falei que iria chamar a polícia. Ele fugiu. Minutos depois voltou pra pegar o celular que havia esquecido. Consegui fotografá-lo. Acionei a PM que não demorou a chegar. Depois dos procedimentos todos, entre uma dor física e outra, fui pro aconchego dos meus. E lá mesmo em Cajazeiras, na cidade onde fui e sou feliz cada vez que retorno, de pessoas amadas tão comprometidas com as lutas sociais, me peguei pensando no quanto ainda temos que desconstruir para que uma mulher não corra o risco de ser violentada no meio da rua, em plena tarde, por não aceitar piada machista como elogio. Chega de naturalizar violência. Chega! Mas tem outra coisa. Sei que nessas situações a gente sente muita revolta, mas a decisão de expor o que houve não é para alimentar sede de vingança, pois isso é mais violência. Justiça sim. Até as últimas consequências. E para ser exemplar. Importante é que as pessoas reflitam sobre essa violência contra a mulher que é banalizada, e como as atitudes mais corriqueiras reforçam a misoginia, o machismo, o patriarcado, a própria cultura do estupro. Penso que os homens têm um grande poder de desconstruir junto dos amigos, nos seus grupos, na sua intimidade. Urgente. É pela vida das mulheres. Nós estamos em luta, que é toda hora, e jamais silenciaremos. Precisamos somar forças. Muita gratidão a todas as pessoas que me acolheram.







Ângelo Lima
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