Epidemia de zika pode estar ligada a aumento de casos de síndrome rara


A Bahia está enfrentando o que a Secretaria Estadual de Saúde chama de tríplice epidemia: dengue, chikungunya e zika. E a zika pode estar relacionada com o aumento de casos de uma síndrome rara.

Uma menina de 6 anos está internada num hospital em Feira de Santana, no interior da Bahia. O diagnóstico: síndrome de Guillain Barré. "A menina chora, chora mesmo de se desesperar qualquer um e cortar o coração de qualquer um", contou a mãe, Ana Lúcia de Jesus.

Em Salvador, uma mulher de 26 anos com o mesmo diagnóstico morreu depois de um mês internada no hospital.

A síndrome de Guillain Barré é uma reação do organismo que pode ocorrer até um mês depois de uma infecção causada por vírus ou bactérias e ataca o sistema nervoso, provoca paralisia que começa pelos pés e sobe pelo corpo até chegar ao rosto. Nos casos mais graves, provoca paralisia respiratória.

O tratamento é à base de um medicamento, a imunoglobulina. A maioria dos pacientes consegue se recuperar.

É uma síndrome rara. A média é de um caso por cem mil habitantes. Mas, de dois meses pra cá, 55 casos foram notificados na Bahia, 29 deles já confirmados pelo Ministério da Saúde.

Os especialistas suspeitam que esses casos tenham relação com a epidemia de zika vírus, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a chikungunya. O estado notificou este ano mais de 32 mil casos de zika.

"É uma forte indicação por causa dos dados que já ocorreram em epidemias de zika vírus em outros países e a associação que nós estamos tendo hoje com esse aumento grande, acima do esperado, após exatamente a introdução do zika vírus", disse o infectologista Antônio Bandeira.

A Secretaria de Saúde reservou leitos em 16 hospitais em todo o estado para receber os pacientes da síndrome. Em Salvador, um deles é o Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia. Na capital, são 18 leitos à disposição desses doentes. Para a secretaria, um número suficiente, por enquanto.

A secretária de Saúde do estado declarou que tem medicamentos em estoque pra tratar a síndrome, mas já pediu ajuda ao governo federal. "Nós fizemos um pedido agora de R$ 15 milhões para implantação de ações imediatas para intensificar o combate. Além disso, do fornecimento de imunoglobulina. Cada ampla custa R$ 1,5 mil", disse o subsecretário de Saúde da Bahia, Roberto Badaró.

Jornal Nacional

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