Dólar sobe mais de 2% e fecha a R$ 3,296, maior valor em mais de 4 meses


O dólar comercial fechou em alta de 2,17% nesta quinta-feira (23), a R$ 3,296 na venda. É o maior valor de fechamento desde o dia 19 de março, quando o dólar fechou valendo R$ 3,297 na venda. É também a maior alta percentual diária desde 11 de maio, quando a moeda norte-americana tinha subido 2,31%.

Nas casas de câmbio de São Paulo, a moeda norte-americana já está cotada próximo de R$ 3,70. O valor sempre é maior para turistas do que o divulgado no câmbio comercial.

Os valores iam de R$ 3,44 (em dinheiro vivo) a R$ 3,69 (no cartão pré-pago), já considerando o IOF, segundo pesquisa feita pelo UOL em cinco casas de câmbio, entre 14h e 14h30 desta quinta-feira (23).
Investidores preocupados com corte da nota

Investidores estão preocupados que Brasil venha a perder seu grau de investimento, uma espécie de "selo" de bom pagador, após o corte nas metas fiscais anunciado na véspera.

"Cresceu significativamente a chance de o Brasil perder o grau de investimento. Talvez isso demore, mas a chance é alta", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, à agência de notícias Reuters.

A agência de classificação de risco Moody's deve manifestar-se sobre a nota brasileira em breve, após visita ao país na semana passada. A Fitch indicou que vai cortar a nota do país. A agência brasileira Austin Rating cortou hoje a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira, tirando do país o chamado "grau de investimento".
Corte da meta fiscal

Na véspera, o governo brasileiro anunciou uma redução na meta de economia para este ano: de 1,1% para 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto).

Investidores entenderam que a decisão representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que queria uma meta maior para equilibrar as contas públicas.

"Se parecer que o Levy vai continuar perdendo as batalhas, o mercado vai começar a colocar no preço a possibilidade de ele sair do governo, e aí sim o dólar explode", disse o operador de um importante banco internacional à agência de notícias Reuters.
Atuação do Banco Central

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares). Com isso, já rolou o equivalente a US$ 4,804 bilhões, ou cerca de 45% do lote que vence no início de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.


Do UOL, em São Paulo
(Com Reuters)


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