Rebelião deixa dois mortos em penitenciária no Piauí

Uma rebelião na Penitenciária de Esperantina (179 km de Teresina) deixou dois mortos na manhã dessa quarta-feira. O diretor administrativo do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí), Kleiton Holanda, que disse que presos dos pavilhão B tentaram invadir o pavilhão C para matar desafetos e resultou em numa rebelião.

Um dos presos mortos é de Teresina, a capital do Piauí, e outro de Esperantina. A Polícia Militar foi para o presídio para tentar acalmar os ânimos dos detentos e confirmou duas mortes. A Penitenciária de Esperantina tem 297 presos, enquanto sua capacidade é de 124 detentos, que são homicidas, condenados por latrocínio (assalto seguido de morte).

O diretor de Presídios da Secretaria de Justiça do Piauí, Fagner Martins, afirmou que uma equipe médica vai atestar os óbitos e acionou o Instituto Médico Legal (IML) para o resgate dos corpos. Ele disse que havia um princípio de motim e deslocou equipes de policiais dos municípios de Esperantina, Barras e Piripiri, do norte do Piauí, para ajudar no reforço dos agentes no presídio. Falou que os detentos provocaram incêndio na entrada dos pavilhões Conforme Kleiton Holanda, os cinco agentes de plantão tentaram controlar a revolta dos presos, mas as munições acabaram e os presos ainda tocaram fogo nos pavilhões.

“Lá está dramático. As munições já acabaram, a polícia ainda está chegando e eles incendiaram as entradas dos pavilhões. Até agora se sabe de dois mortos. A penitenciária tem capacidade para 124 detentos e hoje possuem 297. Evoluiu mais com a ida de 20 presos da Central de Flagrantes de Teresina na semana passada. Já dissemos que é só transferência de problema, porque não resolve”, afirmou Kleiton Holanda.

O comandante da Companhia da Polícia Militar de Esperantina, capitão Luiz Gonzaga Albuquerque, informou que a rebelião já foi contida com a chegada da polícia e estão negociando a transferência de presos dos pavilhões envolvidos. “Já contornamos a situação e foram confirmadas duas mortes. Estamos providenciando a remoção dos corpos para serem periciados”, destacou o capitão Luiz Albuquerque. Ele disse ainda que será aberta uma investigação para identificar os autores das mortes. “As primeiras informações é que o motivo seria rixa entre eles. A situação ainda será averiguada”, disse.

O capitão Luiz Gonzaga falou que a rebelião durou cerca de duas horas e que até o momento o reforço não chegou, mas já conseguiu conter o motim. Ele disse que os corpos estão sendo retirados do pavilhão para esperar a chegada do IML. “Eles foram mortos com barras de ferro retiradas da estrutura da penitenciária. Agora todos os presos dos pavilhões B e C, que participaram da rebelião, foram transferidos”. O capitão afirmou que os presos dos pavilhões B e C participaram da rebelião, mas os detentos dos pavilhões A, D e E não participaram.

Um dos presos foi queimado.

Secretária de Justiça do Piauí envia nota de Esclarecimento sobre rebelião. Confira nota na íntegra:

Sobre a rebelião na Penitenciaria Regional Luiz Gonzaga Rebelo, em Esperantina, a Sejus esclarece:

A briga que resultou na morte de dois detentos, na manhã de hoje (22), na Penitenciária Regional Luiz Gonzaga, em Esperantina, foi ocasionada por uma rixa entre internos da unidade e começou com a transferência do preso Francisco das Chagas Costa, que antes estava na Casa de Custódia de Teresina. Francisco, que está entre os mortos, foi transferido através de uma decisão judicial.

O outro interno morto durante a briga foi Luís Marcos da Costa. Assim que a confusão foi iniciada, por volta das 11h da manhã, a gerência da unidade solicitou apoio do Comando de Operações Prisionais (COP) da Secretaria Estadual de Justiça e dos Batalhões da Polícia Militar de Esperantina e dos municípios vizinhos de Barras e Piripiri. O Instituto Médico Legal (IML) de Parnaíba também foi acionado.

Além disso, o Núcleo de Gerenciamento de Crises e a Tropa de Choque da PM e os agentes da Diretoria de Inteligência e Proteção Externa (DIPE) da Secretaria Estadual de Justiça se deslocaram para o local. A briga aconteceu no pavilhão C da penitenciária. A Secretaria esclarece que o fato não teve nenhuma relação com a estrutura desta unidade e não foi motivado por nenhuma reivindicação dos internos.

Em relação a um provável incêndio no pavilhão, mencionado na matéria, a Secretaria afirma que alguns detentos jogaram panos sobre os corpos e atearam fogo. Porém, o fogo não se alastrou e logo foi contido pelos agentes.

A Secretaria está tomando todas as providências cabíveis no sentido de garantir a segurança na unidade e de prestar assistência às famílias dos internos mortos.



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