Gasolina pode voltar a subir

A presidente da Petrobras, Graça Foster, sinalizou ontem que o preço dos combustíveis pode voltar a subir neste ano.

A executiva ponderou, porém, que será um ajuste "moderado", sem repassar o movimento de curto prazo. "Não vamos fazer um ajuste no curto prazo", afirmou em teleconferência sobre os resultados da estatal.

Graça não fixou nem data nem percentual, mas disse que a estatal "avalia" o aumento até dezembro. Para a presidente da Petrobras, a situação econômica da companhia deve apresentar expressiva melhora entre 2014 e 2015.

A declaração foi dada após questionamento acerca de possíveis reajustes de combustíveis a serem implementados pela estatal. Mais cedo, a executiva havia comentado que a Petrobras avaliava o momento de aplicar a metodologia de preços, a qual prevê a paridade de valores entre os preços cobrados no exterior e no Brasil, "ainda neste ano".

"Nossa discussão (sobre a metodologia) com o conselho é permanente, sistemática e padronizada. Temos o desafio de produzir, fazer os investimentos, controlar o capex e, quando há defasagem de preços, como nós temos hoje, temos de corrigir", disse Graça Foster em teleconferência com analistas e investidores. "Entendemos que temos de virar de 2014 para 2015 em posição de companhia muito melhor", sentenciou a executiva, ainda despistando sobre cronogramas e valores envolvendo a necessidade de reajustes da gasolina e do diesel.

Mais cedo, Graça Foster destacou a expectativa de melhoria dos indicadores de produção e o maior controle sobre os investimentos.

Graça Foster reafirmou que vai continuar a busca para reajustar os preços dos combustíveis produzidos pela empresa. Apesar de ressaltar que é preciso atenção ao mercado interno, a presidenta destacou que os preços dos derivados (gasolina e diesel) precisam estar alinhados ao mercado externo para a empresa conseguir manter a capacidade de investimento.

Ela reconhece a necessidade de moderação nos aumentos (dos preços dos derivados) e de não repassar para o consumidor interno a volatilidade do mercado externo, mas argumentou que a empresa não pode conviver com defasagens significativas.

“O fato de o real ter reduzido a depreciação frente ao dólar diminuiu a pressão, mas enquanto a paridade não for plena estaremos sempre defendendo o aumento [dos preços].

Estamos mantendo conversas sobre o assunto, de forma permanente, mas padronizada. Hoje, a orientação é não repassar a volatilidade para o mercado, mas não há paridade e nós precisamos considerar a possibilidade do aumento para entramos 2015 em melhores condições do que entramos este ano”, disse, ao detalhar o resultado do primeiro trimestre do ano.

QUEDA

Na última sexta-feira, a Petrobras divulgou o balanço do primeiro trimestre. A estatal amargou queda de 29,9% no lucro de janeiro a março deste ano, que fechou em R$ 5,393 bilhões. O resultado da companhia foi pressionado, principalmente, pelo impacto negativo de R$ 1,9 bilhão do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV). Também pesaram fatores como uma leve queda na produção e o prejuízo decorrente da defasagem de preços de combustíveis, represados para evitar impacto sobre a inflação (Com agências Folhapress e Brasil).

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