Boletim médico de ‘atropelado por unicórnio’ na PB é falso, segundo hospital


Um suposto boletim de emergência (BE) do Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa se tornou motivo de piada nas redes sociais no fim de semana. Na imagem do documento, um paciente apresentando pupilas dilatadas comentou durante os primeiros atendimentos que foi vítima de um atropelamento de unicórnio. A direção do hospital informou nesta segunda-feira (17) que o boletim de emergência é falso e que o paciente citado nunca deu entrada na unidade médica.

Edvan Benevides, diretor administrativo do Hospital de Trauma de João Pessoa, comentou que, a pedido do G1, foi feita uma busca no sistema da unidade e desde 2009 nenhum paciente com o nome citado no suposto boletim médico foi registrado. Ele explica ainda que algumas especificações técnicas comprovam que se trata de uma fraude.

“Alguns detalhes técnicos do BE comprovam que se trata de um documento falso. O nome do paciente não é escrito manualmente, nem muito menos citamos o que paciente relata ao médico que realiza o primeiro atendimento. O nome do paciente é impresso em uma etiqueta e colado do boletim. É obrigatório ainda que o médico carimbe o documento e nomalmente só se usa termos técnicos. Por exemplo, não se coloca no BE que o paciente apresentava pupilas dilatadas, mas midríase”, citou.


A suspeita da direção do hospital é de que alguém teve acesso ao boletim de emergência, imprimiu parte do documento e preencheu para fazer uma brincadeira com a pessoa citada no boletim. “A coloração do boletim mostrado na imagem é completamente diferente do original”, completou o diretor administrativo do hospital.

Apesar do episódio, Edvan Benevides comentou que não será aberta uma sindicância para apurar a montagem, embora tenha ressaltado que a fiscalização com os documentos internos será intensificada para que novos episódios não se repitam. “Foi uma brincadeira. Não houve prejuízo a nenhum paciente, não houve exposição de prontuário. Aumentaremos o rigor na fiscalização da documentação de controle interno, mas não será preciso abrir uma sindicância. A tendência é de que esse material seja digitalizado”, destacou.

O boletim de emergência é um documento usado exclusivamente pelo médico que realiza o primeiro atendimento ao paciente. O médico preenche com informações preliminares que serão encaminhadas para o cirurgião geral que tratará o paciente, para posteriormente serem dados novos encaminhamentos. De acordo com a direção do Hospital de Trauma de João Pessoa, teoricamente apenas médicos têm acesso ao documento.
G1

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