Paraíba possui apenas 20 municípios com sistema de transporte público, ocupando o último lugar entre os estados do NE no ranking do IBGE






Falta de transporte: pesquisa apresentou índice alto de transportes alternativos comparado a outros estados do NE

Dos 223 municípios da Paraíba, apenas 20 cidades têm transporte público intramunicipal (que circulam dentro da própria cidade). Os dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2012, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e colocam a Paraíba em último lugar no ranking dos estados do Nordeste neste item do estudo.

Em decorrência desse problema, a pesquisa apresentou um índice alto de transportes alternativos se comparado a outros estados da região. No Estado, 182 municípios oferecem este tipo de serviço utilizando carros para o transporte da população e em 196 cidades, o transporte também é feito por mototaxistas. Embora esse tipo de locomoção, na maioria dos casos considerada irregular, seja mais comum nas regiões do interior do Estado, a pesquisa apontou ainda que em cidades do Litoral Norte e Sul, a população faz uso do transporte alternativo, seja por meio de automóveis, vans ou motocicletas.

Entre os municípios onde são utilizados veículos para transporte alternativo estão as cidades litorâneas de Alhandra, Caaporã, Lucena, Cabedelo e Rio Tinto. Na cidade de Alhandra, Litoral Sul, por exemplo, não há transporte coletivo que trafegue por dentro da cidade, o mesmo também ocorre em outras 53 cidades paraibanas. De acordo com moradores de Alhandra, para se deslocar dentro da cidade ou seguir para a zona rural, a população faz uso de mototáxi, que custa em torno de R$ 2,00.

Mas, se o percurso for mais longo e os moradores precisarem se dirigir até João Pessoa ou cidades vizinhas, a viagem pode sair por até R$ 8,00. O policial militar Josafá Bezerra trabalha em Alhandra e mora em Caaporã, também no Litoral Sul. Ele conta que paga R$ 3,00 todos os dias para ir até o local de trabalho. Mas, se precisar ir até a capital por meio de transporte alternativo terá que desembolsar R$ 10,00.

Assim como em 182 municípios da Paraíba, Alhandra e Caaporã contam com transporte coletivo para a mobilidade intermunicipal, segundo a Munic 2012. No entanto, o número de veículos é considerado insuficiente para atender a população. É o caso dos moradores do município de Rio Tinto, no Litoral Norte. No município há uma linha de ônibus para atender a população. Mas, por conta do longo período de espera, os moradores preferem utilizar o transporte alternativo.

“Se você quiser ir para João Pessoa, tem que esperar até 50 minutos por um ônibus. Por isso que o pessoal prefere usar o transporte alternativo. Se for para Mamanguape e outras cidades vizinhas, o povo também prefere o alternativo, que é mais rápido”, disse o porteiro Benedito Reis.

CG: MOTOTAXISTAS REGULAMENTADOS

Dos municípios que integram a Região Metropolitana de João Pessoa, somente Cabedelo aparece na pesquisa com o item sobre transporte alternativo. No entanto, o Comitê de Combate ao Transporte Clandestino de João Pessoa estima que mais de 500 motoristas atuem com esse tipo de atividade na Região Metropolitana.

Segundo o presidente do Comitê, Amauri Azevedo, um levantamento feito recentemente pelo Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) aponta que existam mais de dois mil motoristas de transporte alternativo em todo o Estado. “Os motoristas de alternativos procuram um nicho de atendimento que convencem as pessoas a usar esse tipo de transporte. Mas as pessoas não sabem o risco que correm, pois às vezes os condutores não têm habilitação, os veículos podem estar com problemas na estrutura ou documentação. Se acontecer alguma coisa, os passageiros não têm a quem recorrer”, disse.

Em Campina Grande, os mototaxistas estão regulamentados desde 2001. Mas, segundo o presidente do sindicato da categoria, Isac Noronha, ainda existem mototaxistas atuando clandestinamente na cidade. “A cada profissional regulamentado, três são clandestinos. Isso atrapalha nossa atividade e pode ser um risco para a população”, disse.

Combater o transporte clandestino e melhorar a qualidade do transporte público parece estar distante da Paraíba. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2012, apenas 2,2% dos municípios da Paraíba contam com um Conselho Municipal de Transporte ou ainda Fundo Municipal de Transporte. Uma dessas cidades é João Pessoa, em que, entre outras atividades, o Conselho de Mobilidade, coordenado pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), desenvolve ações de combate ao transporte clandestino e melhorias no transporte público.


21 CIDADES COM REDE WI-FI GRATUITA

O acesso à internet com conexão gratuita à rede Wi-Fi (sem fio) é uma realidade distante para os paraibanos. A Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2012 divulgada ontem aponta que esse tipo de sistema para acesso à internet só está disponibilizado em 21 municípios do Estado. Destes, em apenas uma cidade o serviço é cobrado. No Brasil todo, a conexão Wi-Fi é fornecida somente em 14,3% dos municípios, o que representa 795 cidades. Além dos poucos municípios que oferecem este tipo de acesso na Paraíba, a cobertura do serviço também é precária. Sobre a área atendida pelo serviço, o estudo mostra que somente em dois municípios a conexão cobre toda a área (urbana e rural), em três cobre parte da área urbana e parte da área rural, três somente a área urbana e em outros 13 municípios, o acesso só está liberado para moradores de alguns bairros da área urbana.

NA CAPITAL

Em João Pessoa, a população de algumas localidades tem acesso gratuito à rede Wi-Fi por meio do programa Rede Metropolitana Digital. Segundo informações da Secretaria de Ciência e Tecnologia, o projeto cobre 262 pontos administrativos, como escolas, postos de saúde, hospitais e unidades administrativas da prefeitura, além de 20 pontos públicos.
Em trechos da orla da capital, a internet sem fio também está disponível.






Katiana RamosRizemberg Felipe
Jornal da Paraíba
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