JB diz que conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso



Os principais jornais do país trazem na capa um lide muito semelhante: "Barbosa aponta 'conluio' entre juízes e advogados". No miolo, os noticiários vêm com poucas variações. Os matutinos contam que JB afirmou que essa situação revela o que existe de mais "pernicioso" na Justiça brasileira.

O que se deu, em verdade, foi que em mais uma sessão normal do CNJ, quando se julgava o caso de um juiz piauiense que, entre outras coisas, recebera uma carona de um advogado, Barbosa fez uma intervenção dizendo que "há muitos [juízes] para colocar para fora". E, no mesmo tom, asseverou que "esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso". "Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras".

Quem estava na sessão percebeu o rápido debate, mas não deu tanta importância para a joaquinzada. Diferentemente é a repercussão feita pela imprensa. A propósito, quem lê apenas este extrato acha que o dia girou em torno desse tema, o que não é verdade. O que se demonstra com isso é que o ministro JB, muito habilmente, lança frases de efeito que de certa forma hipnotizam os profissionais da mídia.

Enfim, o fato é que na sequência dos debates do específico caso o conselheiro Tourinho Neto, que era o relator, afirmou que se fosse para levar a ferro e fogo essa regra da não amizade de magistrados com os advogados ter-se-ia que aposentar até ministros de tribunais superiores.

Citou ainda caso dele próprio (Tourinho) no interior da Bahia, quando ali judicava, dizendo que frequentava a casa de advogados sem que isso representasse qualquer influência na decisão. É preciso, segundo Tourinho, saber separar as coisas. Mas JB não se deu por satisfeito, e ainda criticou o fato de juiz receber advogado de uma parte sem dar ciência ao advogado da parte contrária.

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